Fátima Ferretti
Unochapecó
Ricardo José Nicaretta
Unochapecó
Resumo
Os dados epidemiológicos mostram um aumento importante dos idosos vivendo com HIV nas últimas décadas, algo incomum no início da pandemia da AIDS que esteve atrelada a populações específicas, determinadas na época como grupos de risco. A pesquisa teve por objetivo analisar o itinerário terapêutico de idosos vivendo com HIV em assistência em um município do Oeste de Santa Catarina. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas em profundidade com três idosos que vivem com HIV há mais de 5 anos. Realizou-se um processo de aproximação para construção de vínculo entre pesquisador e os colaboradores de pesquisa com visita domiciliar e a seguir foi realizada a entrevista para coletar informações acerca do itinerário terapêutico dessas pessoas idosas, desde os primeiros sintomas até o período atual. Foi possível analisar que os idosos em sua maioria foram diagnosticados tardiamente, em fase clínica da AIDS, e que o emagrecimento e a perda de massa muscular foram o principal sinal de alerta. O momento de diagnóstico foi atrelado ao medo e angústia, que se atenuaram com o passar do tempo, a partir do apoio familiar e o maior conhecimento sobre o vírus. Todos os idosos transitaram pelo serviço hospitalar, Unidades Básicas de Saúde e serviço de especialidade em HIV/AIDS, sendo este o espaço central para retirada da medicação antirretroviral e consultas relacionadas a monitorização da condição viral e de outras condições de saúde. Médicos, enfermeiros e farmacêuticos foram os profissionais citados como os mais presentes no itinerário. É possível refletir que os profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas do paciente idoso para diagnóstico precoce e, a importância da inclusão de outros profissionais na equipe de assistência para ampliar as possibilidades terapêuticas, para além da medicação.